Sem clássico, versão equilíbrio. Tênis. No classics, body-balance. Sports.



Não, não teve o clássico Federer-Nadal em Indian Wells. Foi anunciado, o torneio e as tvs especializadas torciam pelo espetáculo. Sim, é sempre um show. Não tem música, mas a dança é outra. Rápida. Voraz.
Só que, para todo espetáculo no esporte, se envolve esforço, corpo, músculos, ossos, e o impacto na quadra. No tênis, mais ainda. Não é hidroginástica, nem surf. Mas pode ser píor que uma competição de thriatlon de 4, 5 dias direto. Sem descanso. O que para a imprensa é algo negociável para dar notícia, juntar atenção fomentar o espetáculo, atrair audiência, para quem está em quadra, e seguindo direto em competições, sendo incendiado pelos apelos, difícil ficar sem se contaminar com o clima, a atmosfera vigente. Mas a questão é, envolve duas pessoas com físicos que vão provocar palmas, gritos, mas... esforço e impacto. Federer sabe o que é dor e lesao no tênis, Nadal, mais ainda. Com um problema congênito em um dos pés, foi aconselhado a nunca ser um jogador de tênis. Mas decidiu fazer isso. E da melhor maneira. Só que, ao longo dos anos, com toda tecnologia envolvida para a confecção de tênis apropriado, técnicas e ademais, ele se joga em quadra. Figura, quase sempre, como primeiro do mundo. Não aceita muito bem o menos. Só que é preciso avaliar a obsessão e o resultado dos impactos no corpo. Nos danos pela glória. Na recuperação dolorida, na necessidade ou não de dar resposta à imprensa, e dos parâmetros de dizer "hora de prestar atenção no corpo". Forçar com dores, e já sentindo de jogos anteriores, poderia comprometer mais seriamente resultados de outros campeonatos aos quais dá peso maior, não que Indian Wells não tivesse tão grande tarimbo. Mas o corpo já tinha se ressentido, e ele decidiu ser mais esperto com relação a si mesmo que com o dever de dar resposta do modo como outros queriam. Federer, que é adversário, mas amigo, entendeu. Sabe como é.
Difícil frear a voracidade da competição, de ser número 1, de calibrar e vigiar adversários quanto à subida aos primeiros lugares, lidar com provocações. Mas corpo é músculo, ossos, pele, e sem condições ideais, fomentar a competição voraz e a obsessividade ao extremo, se danificando, é burrice. Tênis é um esporte de classe, inteligente, e expectadores idem. Que ótimo. Esporte com responsabilidade, equilíbrio. Modo-ativo de 2019. Federer postou vídeo, também não chegou às finais de Indian Wells. Miami vem como a rota da agenda dele. Dieta balanceada, de atum, e, para Nadal, Monte Carlo espera com tapete vermelho. Oui, l'autre 'olé'. (Rosaly Queen - Berlin at 9) (Fotos: Reprodução)