Speak with words.



Nem tudo funciona em tempos hiper-rápidos e modernos com o acesso do celular para passar e repassar mensagens e posts. Acabam confusos, irresolvíveis, não bombásticos, apenas vazios e perturbáveis. As pessoas evitam o cara a cara. O confronto. Jogam pedras por nada. Por preconceitos, por devoluções de bombas, por criar cartazes conjuntos, que não levam a nada. A coisa mais vazia e pobre é quem não quer ter o esforço de fazer esforço para nada. Só acessa o celular e prolifera arrastões, inverdades, que um grupo, ofendido ou se sentindo superior demais, resolveu fazer arrastar sob forma de protesto. Que alguém nem sabe o por que. Nem onde começou. Defesa de 'honras' pessoais, que o lado do rebote nem sabe ue existe. Alguém imitando o post de alguém para tirar onda, e fazer onda, mas não começou nada. Só copiou. Aí, achou que era mais esperto, enquanto alguém trabalhava em outra coisa e não dava importância para aferventar de fofocas. Que são propostas de fumaças vazias e proliferações de invejas. Alguém tenta colar um selo e fazer com que ele seja ou pareça melhor que outro. Porque pertence a um grupo sectário. Xenofobista. Que defende anti-preconceitos, mas cria suas cordas delimitadoras próprias. Orgulhos. Que não valem para nada.

Alguém quer ganhar. Em cima de alguém. De uma situação. De fomentar o pobre, do erro. Mentir. Inventar, fazer algo repassar. É o poder sem poder da internet. É falar de coisas valorizadas, mas não abrir a boca para mais nada. Não levantar o braço para ter outra atitude. E falar, falar, postar, querer parecer mais verossímel, mais verdadeiro, porque fica o dia inteiro esperando alguém postar alguma coisa, para, na brecha, copiar e tirar vantagem. E isso arrasta por meses. Preguiça. Só sente algum poder no celular. Difícil exercitar as pernas, sair do foco do que todo mundo quer aproveitar para virar notícia. Não quer viver a vida própria, para si mesmo. Quer mostrar para alguém que algo acontece. Infantilidades. Coisas rápidas e que se tornam longas demais. Sair, respirar, pular onda, não achar peixe, rir. Mudar de restaurante. De turma.

De acesso programado ao celular. Sair da rotina, ou se entregar a insolúveis bate-bocas na internet. Sem voz, no silêncio, até que alguém se cansa. Mas alguém tem que sair sem ser a vítima primeiro. Vencer o que e para que, enquanto outros estão preocupados em achar o novo modelito da Opening C, preparar a salada, sem ter que mostrar para contar vantagem do croissant que queimou. Forjar forjar, brincar é uma coisa. Mas essa tentativa inócua de arrastar dias escuros na internet, viraram brincadeira para outros. Melhor pular onda. (Berlin at 9 - Rosaly Queen)