Cuidado com o relax. Brazil crashes down in hotels offers.



Hospedar-se nas várias cidades do Brasil pode ser uma experiência única, ou massiva, não-única, des-hilariante. O que parece butique pode funcionar como mercado de feira rápida do leva-tudo no domingo. Fim de feira. Pegue a oferta, mas vigie de perto. Tem hotel que hospeda loira rica do tráfico. E só descobre, sem seleção de entradas, quando tiroteios acontecem na porta, à meia-noite. Coisas de abóboras ricas.
Trocas-trocas estranhas, álcool a mais em doses exageradas, gente nervosa, outros nos estresses pícolos. De gente "pequena", como dizia, elegantemente, minha amiga emersa. Ser chique, é outra coisa, dizia uma editora de moda. Já foi a época dos livros de comportamento. Agora, é rega-bofe, café rápido, porteiro que range. Aka, e porque lembrei de um pitbull branco que não gostava de gente estranha. Mostrava a gengiva rosa.
No Nordeste, aquela pousadinha pode surpreender. E a baiana fala com saudade da terra dela, linda na ginga. Da fala arrastada, gente calminha, bichim. Café de bolo de rolo, frutinha fresca, e um mar à frente adorável. Sol bem curtido. Não converse com funcionários de cozinha, em certas regiões. Pode soar como crime. Gente chique não elogia. Se elogiar, pode virar suspeito. Todo mundo acha que turista é tudo de acidental e errado. Ou que vai cometer algum erro alguma hora, porque todo mundo faz isso. O hotel de tempos atrás, torre imponente, só nem se fez de rogado depois que o iogurte explodiu de azedo, e foi parar no teto. E pingava, em mim e na minha amiga. E o acesso de riso era incontrolável. Reclama-se com o garçom, e no dia seguinte, a gente testa o potinho de novo. E a explosão é fatal. Plof. E vai parar no teto do salão de café da manhã. Chuva de morango. Não-pinga-ni-mim. O vai e ia do calor explodia o leite azedo. Ah, Danone, melhor seria tu em terra de tio Obama. Tem cidades brasileiras tão em caos nervosos, pirados, que a turma pirou. De vez. É a faxineira do flat que limpa mais que Ajax. Na seletiva. Foram as taças e os sapatos. No outro dia, os objetos de decoração comprados, e outros de cozinha. As taças foram reclamadas. Por milagre, apareceram no dia seguinte. No outro, os de decor foram decorar outra casa. Que não a minha.

Alguns hoteis construídos para o momento olímpico se mostraram um desconvite de tudo: lobby sujo, banheiros impossíveis de serem usados. Muita bebida, pouco sossego. Exploração sexual de adolescente vira placa, porque garotas partem para absurdos no comum de cidades malucas, fins de semana em aventuras favelescas. A noção de hospedagem em muitas cidades brasileira se perdeu como troca de moeda e gente insana.Virou bagunça.


Se alguém reclama, é porque "Brasil" não é "zoropa". Ou a cabeça é lunaticamente outra. Ai meus spas... Muita gente achando que se faz hospedagem de classe no conceito boutique, e não é troco para a lavanderia. Sem noção. Já, de outro lado, um hotelzinho conhecido por jornalistas, que era antes simples de tudo, no Recreio, fez uma reforma completa, no pré-Rio 2016. Aquela ex-casinha de dois andares tem agora restaurante bacana, cestinha de quitutes de gentileza para os hospedes, com café em saché grátis, cappuccino, geleiinhas com biscoitinhos, um mimo. Nem precisou a cafeteira Nespresso no apartamento. Que, em alguns, chiquê do chiquê, tem. Quem conheceu a unica opção nos idos de 2009, 2010, ficava com o chuveiro frio, o banho de suplicio, a cama de granito. Nota dez. O de comida espanhola vale muito, mais novo e de conceito design, metros à frente: janelão com vista angular, sim, e a inovação em tecnologia para a internet não cair, reclamação constante em qualquer lugar do Rio, ali tem tratamento premium. Transpondo para Sampa, muitos ainda precisam de um recall na recepção fria, congelada e reformita básica.
Rio parece sair na frente de muitas cidades no máximo do que não se responde em termo de "hospitalidade": a frenética de ganhar e ganhar, piorada em tempos desesperados de crise, leva a conceitos disparates em termos de dar resposta de recebimento. Hospedagem varia de acordo com o humor, o comentário, a ova virada. Não é bem assim. Garotas exibindo decotes estranhos para ganhar hospedagem gratuita e o kiko? Como várias ondas num mesmo mar, ou derrapagens num solo de asfalto, tem hotelaria se auto-atropelando, ou se afogando na lama salgada demais. Se o Hilton carioca passou de recomendação de boca a boca como nota 10 em gentileza no atendimento, parece que uns estão na Europa, como ele, com chazinho de limão com gengibre para hóspede gripado, outros derrapando no biotônico da barraca fedorenta do peixe na feira. Se hospedar é só para uns, algo semelhante a tomar um bom café, relaxar e dormir noites em paz, para outros é regabofe de álcool e prostituição ao meio-dia à vista, e dar tiro em carneirinhos. Copacabana que o diga. Nem tudo é Hilton e europez. Chame as estações geladas. Congelou o humor. Mermão, às vezes é melhor falar mandarim. (Berlin at 9)